Diagnóstico de isquemia por análise de
multivariáveis no teste ergométrico
OLIVEIRA, J.C.V. , SOUZA, G.X.M., MAIA, R.A.L., AGUIAR, J.O., COSTA, E.M.M.,
MELLO, R.N.B., MOREIRA, G.H., HERNANDEZ, L.G.Z., CHAVES, D.C.P., ALVES,
H.J.S., TEIXEIRA, N.A.
Introdução
O teste ergométrico
(TE) convencional utiliza, tradicionalmente, a análise do segmento ST para avaliação
de resposta isquêmica. A análise de multivariáveis (AM) foi inserida
recentemente e utiliza além do segmento ST, dois outros parâmetros, escore de
Atenas e dispersão de QTc, afim de incrementar a sensibilidade na detecção de
isquemia miocárdica.
O escore de Atenas
avalia o comportamento das ondas Q,R,S em repouso comparada com o pico de esforço
nas derivações aVF e V5 (R-Q-S em aVF + R-Q-S em V5). Quando a resultante da
diferença for menor ou igual a cinco milímetros, considera-se critério isquêmico.
A dispersão do QTc,
calculado pela fórmula de Bazzet ou de Jones, é realizada através da resultante
da
diferença do QTc em
repouso e no pico de esforço. Quando maior ou igual a 60ms considera-se
critério
isquêmico. A presença
de dois dos três critérios define o teste ergométrico como isquêmico.
MRP, 57 anos,
previamente hígido, tabagista e sedentário procurou atendimento no posto de
saúde no
dia 22/05/13 com
queixa de precordialgia de forte intensidade, em aperto, com duração maior que
20
minutos, sem irradiação, associada a
dispneia. Não alocado no protocolo de síndrome coronariana aguda.
Administrado benzodiazepínico e
encaminhado para a residência.
No dia 12/06/13, foi
realizado TE, no qual o ECG basal mostrava inversão de onda T em V6, V3R, V4R,
V7,
V8, D2, D3 e aVF.
Atingiu 91% da frequência cardíaca máxima prevista para idade. Pela análise do
segmento ST, não apresentou critérios para isquemia, no entanto a análise do
escore de Atenas – 0mm - e a dispersão de QTc – 65ms – foram conclusivos.
Ecocardiograma evidenciou acinesia
médio basal posterior e hipocinesia basal inferior com déficit sistólico
discreto do ventrículo esquerdo
(FE:52%).
Submetido, então, ao
cateterismo cardíaco no dia 21/06/13 e observado coronária direita (CD) com
placa
severa no segmento
proximal, aterosclerose severa no terço médio da descendente anterior (DA),
ramo
marginal com oclusão total
opacificando-se por circulação colateral. Angioplastia, em 05/07/13, de CD e
D.A. com sucesso
Discussão
Em 2013 foi implatado
no serviço a AM no TE para todos os pacientes, independente do risco
cardiovascular. As limitações são as mesmas para a análise do segmento ST isolado:
BRE, WPW, HVE, MP.
O paciente em questão
não seria diagnosticado com isquemia no TE se não tivesse sido avaliado através
da AM.
Com isso, o paciente
recebeu tratamento percutâneo e mudou o curso da doença aterosclerótica coronariana
e seu prognóstico.
Conclusão
A AM no TE incrementou
a sensibilidade para detecção de isquemia miocárdica. Há trabalhos evidenciando
sensibilidade próxima da cintilografia miocárdica.
A AM é um método rápido, simples e de
fácil execução, sendo cada vez mais aderido pelos ergometristas no Brasil,
apesar de ainda não ser padronizado nos serviços de ergometria.
Referências Bibliográficas:
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risco do coronariopata estável através de novo escore. XXVIII Congresso da
Sociedade de Cardiologia
do Estado de São
Paulo. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo - Suplemento
Especial, 2007, volume 17, fascículo 2, página 28.
5. III Diretriz de
teste ergométrico da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol
2010; 95 (5 supl.1): 1-26
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