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domingo, 17 de agosto de 2014

Poster Congresso da Sociedade Mineira de Cardiologia

Diagnóstico de isquemia por análise de
multivariáveis no teste ergométrico
OLIVEIRA, J.C.V. , SOUZA, G.X.M., MAIA, R.A.L., AGUIAR, J.O., COSTA, E.M.M.,
MELLO, R.N.B., MOREIRA, G.H., HERNANDEZ, L.G.Z., CHAVES, D.C.P., ALVES,
H.J.S., TEIXEIRA, N.A.

Introdução
 
O teste ergométrico (TE) convencional utiliza, tradicionalmente, a análise do segmento ST para avaliação de resposta isquêmica. A análise de multivariáveis (AM) foi inserida recentemente e utiliza além do segmento ST, dois outros parâmetros, escore de Atenas e dispersão de QTc, afim de incrementar a sensibilidade na detecção de isquemia miocárdica.
O escore de Atenas avalia o comportamento das ondas Q,R,S em repouso comparada com o pico de esforço nas derivações aVF e V5 (R-Q-S em aVF + R-Q-S em V5). Quando a resultante da diferença for menor ou igual a cinco milímetros, considera-se critério isquêmico.
A dispersão do QTc, calculado pela fórmula de Bazzet ou de Jones, é realizada através da resultante da
diferença do QTc em repouso e no pico de esforço. Quando maior ou igual a 60ms considera-se critério
isquêmico. A presença de dois dos três critérios define o teste ergométrico como isquêmico.
 
 
Relato de caso
 
MRP, 57 anos, previamente hígido, tabagista e sedentário procurou atendimento no posto de saúde no
dia 22/05/13 com queixa de precordialgia de forte intensidade, em aperto, com duração maior que 20
minutos, sem irradiação, associada a dispneia. Não alocado no protocolo de síndrome coronariana aguda.
Administrado benzodiazepínico e encaminhado para a residência.
No dia 12/06/13, foi realizado TE, no qual o ECG basal mostrava inversão de onda T em V6, V3R, V4R, V7,
V8, D2, D3 e aVF. Atingiu 91% da frequência cardíaca máxima prevista para idade. Pela análise do segmento ST, não apresentou critérios para isquemia, no entanto a análise do escore de Atenas – 0mm - e a dispersão de QTc – 65ms – foram conclusivos.
Ecocardiograma evidenciou acinesia médio basal posterior e hipocinesia basal inferior com déficit sistólico
discreto do ventrículo esquerdo (FE:52%).
Submetido, então, ao cateterismo cardíaco no dia 21/06/13 e observado coronária direita (CD) com placa
severa no segmento proximal, aterosclerose severa no terço médio da descendente anterior (DA), ramo
marginal com oclusão total opacificando-se por circulação colateral. Angioplastia, em 05/07/13, de CD e D.A. com sucesso
 
Discussão
 
Em 2013 foi implatado no serviço a AM no TE para todos os pacientes, independente do risco cardiovascular. As limitações são as mesmas para a análise do segmento ST isolado: BRE, WPW, HVE, MP.
O paciente em questão não seria diagnosticado com isquemia no TE se não tivesse sido avaliado através da AM.
Com isso, o paciente recebeu tratamento percutâneo e mudou o curso da doença aterosclerótica coronariana e seu prognóstico.
 
Conclusão
 
A AM no TE incrementou a sensibilidade para detecção de isquemia miocárdica. Há trabalhos evidenciando sensibilidade próxima da cintilografia miocárdica.
A AM é um método rápido, simples e de fácil execução, sendo cada vez mais aderido pelos ergometristas no Brasil, apesar de ainda não ser padronizado nos serviços de ergometria.
 
 
Referências Bibliográficas:
 
1. Lu ZY, Haus S. Evaluation of exercise-induced QRS amplitude changes (Athens score) and their clinical value. J Tongji Med Univ. 1993;13(3):177-82. 10.
2. Koide Y, Yotsukura M, Yoshino H, Ishikawa K. A new coronary artery disease index of treadmill exercise eletrocardiograms based on the step-up diagnostic method. Am J Cardiol 2001;87:142-7.
3. Hubbard BL, Gibbons RJ, Lapeyre AC et al. Identification of severe coronary artery disease using simple clinical parameters. Arch Intern Med. 1992; 152:309-12
4. Storti F.C, Uchida A.H, Hueb W.A, Moffa P.J, César L.A.M.. Estratificação de risco do coronariopata estável através de novo escore. XXVIII Congresso da Sociedade de Cardiologia
do Estado de São Paulo. Revista da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo - Suplemento Especial, 2007, volume 17, fascículo 2, página 28.
5. III Diretriz de teste ergométrico da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol 2010; 95 (5 supl.1): 1-26
 



 
 

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