A fibrilação atrial é a arritmia cardíaca mais comum no mundo, muito frequente em pacientes idosos acima de 70 anos, pode estar presente em jovens e em pacientes sem doença cardíaca.
A incidência aumenta muito nos pacientes cardiopatas, independente do tipo de doença cardíaca, dentre elas, nos pacientes com historia de doença coronariana, infarto, angina, pós cirurgia cardíaca, portadores de doença nas valvas cardíacas, doenças cardíacas congênitas, comunicação interatrial, doença de chagas, dentre inúmeras outras.
Em relação as doenças clinicas as mais comuns são alterações na tireoide, anemia, infecções, septicemia, abuso de drogas, de álcool, dentre outras causas.
A fibrilação atrial trata-se de uma arritmia na qual os átrios perdem o mecanismo de contração, fazendo com que haja um turbilhonamento e estase do sangue nas camaras atriais aumentando o risco de formação de coágulos e de eventos tromboembólicos como o AVE isquêmico (derrame cerebral) e embolia arterial periférica.
Nesses casos temos que observar o tempo de inicio do eventos.
Caso tenha menos de 48 horas podemos tentar reversão do ritmo através do uso de medicamentos específicos conhecidos como antiarrítmicos, sem ser necessário (devemos sempre individualizar) o inicio de anticoagulante.
Se mais de 48 horas do inicio dos sintomas ou se não soubermos precisar o inicio, devemos nos preocupar em iniciar o anticoagulante e medicamentos para controlar a frequência do coração (dos batimentos cardíacos) afim de reduzir os riscos de acidente vascular cerebral e melhorar os sintomas. Nesse caso devemos realizar um procedimento conhecido por Ecocardiograma transesofagico. Trata-se de um exame parecido com um ultrason só que do coração feito através de um procedimento similar ao da endoscopia digestiva, afim de afastar a possibilidade da existência de trombos nas camaras cardíacas.
Caso seja observado ausência de trombos, podemos tentar a cardioversão para ritmo normal do coração através de medicamentos ou cardioversão elétrica, procedimento este que deve ser feito no CTI coronariano em ambiente controlado, sendo realizado uma sedação leve, analgesia e aplicado pás do cardioversor no tórax do paciente tentando reverter o ritmo de fibrilação atrial em ritmo sinusal (ritmo normal do coração) através do "choque".
Caso o paciente tenha trombos há a necessidade de mantermos o anticoagulante oral por 3 a 4 semanas e depois tentarmos o procedimento para cardioversão da arritmia.
Caso você tenha alguma duvida sobre este assunto, comente esta postagem.
Um abraço,
Ricardo Negri Bandeira de Mello
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